sábado, 16 de agosto de 2014

PT-KUB (DC-3)

O avião de passageiros modelo DC-3,fabricado pela Douglas Aircraft Company, foi originalmente projetado e construído como avião de carga (C-47), destinado aos transportes de materiais, equipamentos e tropas durante a 2ª Guerra Mundial, época em que foram fabricados mais de 11.000 unidades. Com o fim da guerra, milhares desses aviões foram adaptados ao transporte comercial de passageiros, e vendidos para várias empresas aéreas, inclusive a VASP (Viação Aérea São Paulo) que adquiriu várias unidades que permaneceram em serviço até 1972. Em 1974, a VASP fez doação ao Projeto Rondon de sete aviões já desativados que ainda voaram durante vários anos. Em 1980, o Projeto Rondon doou à Fundação um DC-3, registro PT-KUB, que foi totalmente restaurado pela Aeronáutica. Para equipá-lo foram utilizados peças e componentes de 3 outras aeronaves, que se encontravam no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.

Fotos: Jefferson Daruich da Gama
Local: Catavento Cultural e Educacional - São Paulo/SP
Data: 13/08/2014
Fontes: http://www.abas.org/abasinforma/155/paginas/02_3.htm

Ficha  Técnica
Modelo:   Douglas C-47 B-45 (DC-3)
Número de construção: 34285, USAAF 45-1018
Fabricação: Douglas Aircraft Company, Santa Monica, Califórnia, EUA
Data de Aquisição: janeiro de 1946, com o nome de “Caparaó”  – prefixo PP-SPO
Doação  para a Fundação Projeto Rondon: 02 de julho de 1974
Doação para a Fundação Museu da Tecnologia: 1980 já com o prefixo PT-KUB
Dimensões:
 Altura:  4,50 m                  
Largura: 8 m                 
Comprimento: 19,7 m           
Diâmetro: 2,50 m        
Envergadura: 29 m
Peso:  7.350  Kg (vazio)  /   12.200Kg (peso máximo)
Descrição:   Monoplano de asa baixa, em alumínio, equipado com dois motores  Pratt & Whitney “Twin Wasp” R-1830-92, 14 Cil. Radiais, de 1.200 hp a 2.700 rpm, capacidade dos tanques de combustível  2.264 L – óleo lubrificante 150 L; hélices Hamilton Standard, hidromáticas, tipo 23 e 50 de 3 pás; piloto automático “Sperry  Gyroscope”. Possui capacidade para 28 passageiros e 4 tripulantes, autonomia de vôo de 8 horas, teto operacional de 3.000 m velocidade de cruzeiro de 270 / 298 Km/h, velocidade máxima em vôo nivelado de 330 / 370 kph e 1.900km de alcance normal (equivalente à distância aproximada entre São Paulo e Maceió. Uma viagem São Paulo-Rio era feita em 2 horas e meia, por exemplo).














sexta-feira, 7 de março de 2014

Carnaval 2014

Nega Maluca


Bateria de bloco de Carnaval


Mascarado

Mascarados
Só marchinhas de Carnaval

Mariinha

Homem Bomba

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Fórum de Ubatuba, uma história perdida no tempo...


Talvez, se morássemos em  um município com estrutu­ra turística, encontraríamos um guia local em frente aos nos­sos prédios antigos relembrando histórias de um passado glamoroso. Então, todos conseguiriam reconstituir em suas memórias um passa­do pouco distante do nosso dia-a-dia e que fizeram parte da construção de nossa reali­dade... boa ou ruim...
Imaginem a cena em frente ao Largo do Programa, posteriormente foi denomina­do Largo do Teatro e hoje Praça Nóbrega... Em 20 de maio de 1886, foi inaugurado um chafariz que, na ocasião, jorrava Vinho do Porto para todos os presentes. No lar­go, eram centrados todos os eventos de repercussão po­pular: folia de reis, danças, carnaval, movimentos políti­cos, enfim... pois ali também ficava o Teatro Ubatubense com capacidade para 1.200 pessoas.
Anúncios no jornal local da época atraíam o público, como, por exemplo, este edi­tado no Echo Ubatubense, ­Anno I, Ubatuba, 6 de ju­nho de 1897, N° 35, com os temas teatrais: "Os Pupilos do Escravo - drama em 3 actos"; "O Boiadeiro - can­ção cômica por um amador"; "Por um óculo - comédia em 1 acto, jocosa e cheia de pe­ripécias"; "O levantar da pri­meira Cruz em Ubatuba por Anchieta, fé, esperança e ca­ridade - quadro-vivo representado por gentis meninas".
Uma das peças chega a ser folclórica. Ubatuba já ti­nha passado por duas deca­dências, então se falava da construção de uma ferrovia que ligaria Ubatuba ao Vale do Paraíba. Em nome do pro­gresso, resolveram alguns homens importantes da época como Thomas Galhardo, Dr. Esteves da Silva, Cel. Gon­çalves Pereira e o ator ama­dor Gabriel Costa uniram-se para fazer uma peça que se chamava "Ubatuba nasce de novo!". Chamaram toda a eli­te da cidade e convidados e, em um dos atos "um cesto em formato de uma concha gi­gante trazia em seu interior uma criança com uma faixa escrita Ubatuba, representan­do a cidade. Quando abriram a concha, em pleno palco, Ubatuba (a criança) estava dormindo". Posteriormente, o mesmo prédio veio a sediar simultaneamente o cinema, que tinha intervalos para tro­carem o filme (supõe-se que o aparelho usado era o "super oito").
O tempo foi passando e, em 1957, o prédio foi demo­lido e construído o Fórum de Ubatuba, que funciona até os dias de hoje.
Os antigos contam que o Fórum sofreu  uma gran­de sabotagem, uma verdadei­ra queima de arquivo, literal­mente. O prédio sofreu um incêndio que queimou todos os documentos, pois antes funcionava o cartório de notas e imóveis e registro civil.
Assim, os grileiros não tinham como provar suas posses nas terras, que logo foram apossadas por outros, "pos­síveis interessados" (isto é o que dizem as más línguas).
Hoje o Fórum tem duas Varas e junto ao poder judi­ciário funciona também o Mi­nistério Público. Os outros encargos foram desmembrados e estão loca­lizados em pontos distribuí­dos pela cidade.
Existe um projeto de remoção do Fórum, pois o pré­dio já não comporta mais todo movimento do Judiciário.


Texto e foto: Claudia Oliveira





segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A origem brasileira de Mann - Flip 2013



A origem brasileira de Mann

Livro que será lançado hoje trata da ligação da família do alemão com o país; proprietário diz que fazenda onde a mãe do escritor morou em Paraty será centro sobre a cultura local

Por Thais Lobo

Os olhos eram azuis cinzentos. Mas, por vezes, tornavam-se “negros e brasileiros”. A descrição do filósofo Theodor Adorno para os momentos em que o escritor alemão Thomas Mann “encontrava a si mesmo” revela uma porção pouco conhecida da biografia do ganhador do Nobel de Literatura em 1929. Filho da brasileira Julia da Silva-Bruhns, Mann não chegou a visitar sua terra mátria, como ele mesmo se referia ao Brasil, mas carregou em sua literatura as raízes de uma cultura latina.
Autor de clássicos como “A montanha mágica”, “Morte em Veneza” e “Doutor Fausto”, Mann usou nesses e em outros livros referências sutis à origem estrangeira da família. Personagens femininas como a mãe de Hanno em “Os Buddenbrooks” e a do personagem-título de “Tonio Kröger” traziam em seu perfil um exotismo por terem nascido em terras distantes. Paulo Astor Soethe, professor de Letras na Universidade Federal do Paraná e autor do livro “Terra mátria — A família de Thomas Mann e o Brasil”, em parceria com Frido Mann, neto do escritor, diz que a sensibilidade para a condição do estrangeiro, para a multiplicidade cultural, é uma característica forte desde as primeiras obras do alemão.
— Numa carta escrita em 1943, ele disse que as histórias que ouviu da mãe foram o primeiro contato com o mundo estrangeiro. E esse aspecto é muito importante porque a constituição de diversos personagens na literatura deve-se em grande parte a essa experiência — explica.
“Terra mátria” será lançado hoje, em debate sobre o tema, às 20h, na Casa de Cultura. O livro traz documentos inéditos e mostra que, mesmo distante, Mann manteve-se em contato com a realidade brasileira. Trocou correspondência com uma prima em São Paulo e com o expatriado Karl Lustig-Prean, líder do grupo antinazista Movimento dos Alemães Livres do Brasil. O alemão ainda teve encontros com os brasileiros Sérgio Buarque de Holanda e Erico Verissimo, e foi cortejado por Gilberto Freyre para que aceitasse um convite da Academia Brasileira de Letras e visitasse o Brasil, o que acabou não se concretizando.
“Sempre estive consciente do sangue latino-americano que pulsa em minhas veias e bem sinto o quanto lhe devo como artista. Apenas uma certa corpulência desajeitada e conservadora de minha vida explica que eu ainda não tenha visitado o Brasil. A perda de minha terra pátria deveria constituir uma razão a mais para que eu conhecesse minha terra mátria”, escreveu Mann em 1943, quando estava exilado nos Estados Unidos.
A ligação da família com o país atravessou gerações, de Thomas Mann e seu irmão Heinrich para o filho Klauss e o neto. Frido Mann veio ao Brasil pela primeira vez em 1994, com o intuito de fazer pesquisas históricas em Paraty, Ouro Preto e Salvador para o romance “Brasa” (1999), cujo título remete à cor vermelha do pau-brasil. Desde então, voltou ao país 16 vezes e escreveu outras duas obras que fazem parte de uma trilogia dedicada a temas brasileiros.
— Cheguei ao Brasil com um desafio literário, mas o desafio biográfico que se apresentou foi muito maior. Foi uma experiência muito marcante visitar a casa onde minha bisavó morou em Paraty, onde minhas raízes estão — afirmou, por telefone, Frido, que não havia lido praticamente nenhuma obra escrita pelos Mann até os 40 anos, quando voltou sua literatura para a história familiar.
O casarão onde Julia morou ainda existe e é motivo de briga entre a família Mann e o atual proprietário, o velejador Amyr Klink. A Fazenda Boa Vista foi a casa da matriarca até seus 7 anos, quando o pai alemão decidiu levar a família de volta à Europa, dada a morte prematura da sua mulher. O último proprietário do imóvel era uma empresa de papel e celulose que foi à falência, levando a um processo de venda judicial da casa. Em abril passado, Klink e outros cinco sócios conseguiram a transferência de posse em definitivo.
— Não tenho interesse em vender. Já estamos conversando com institutos culturais para fazer na fazenda um centro de referência ligado à história de Paraty — diz Klink, que pretende restaurar o engenho, o alambique e trilhas que eram rota de escoamento da cachaça. — Lamento, mas a cultura de Paraty é muito mais importante do que a obra de Thomas Mann para a cidade. Eventualmente podemos até fazer uma exposição do cara que fez “A montanha mágica”.
Frido pretendia transformar o casarão em um memorial da família e local de encontro de escritores e artistas, a Casa Mann. Para Paulo Soethe, o fracasso do projeto é lamentável num momento em que a literatura dos Mann pode ganhar mais projeção.
— A origem brasileira é uma dimensão inegável da obra de Thomas Mann e oferece uma ponte concreta entre os universos literários de Brasil e Alemanha. É uma literatura que já tem um caráter internacional. Soma-se a isso a popularidade da família na Alemanha. Lá os Mann são como os Kennedy para os Estados Unidos, ou os Windsor para a Inglaterra — afirma.

Fonte: Jornal “O Globo”, Suplemento da Flip, quinta-feira, 4 de julho de 2013, pág.7.
Extraído e adaptado por: Jefferson Daruich da Gama